Al-Andaluz composta por uma sociedade mista Hispano-Árabe. O cume da sociedade andaluz está ocupado por um conjunto de famílias árabes e assírios que aportaram toda a sua bagagem cultural. Os judeus Sefarad se beneficiaram da política da ampla tolerância dos emires e khalifas . Se recorda no Alcorão o destaque desta tolerância perto dos “povos do livro”, a final de contas, mulçumanos e judeus tem a Abraão como um patriarca comum. Baixo este califado de Córdoba, o judaísmo alcançou uma verdadeira idade de ouro. É assim que surgem personagens como Avicebrom ou Salomão Ibin Gabirol, como é seu verdadeiro nome hebreu. Este personagem, suas obras e seu peregrinar pelo país podem nos servir de modelo para compreender a liberdade de criação e a facilidade de movimentos na Espanha durante esses tempos. Salomão Gabirol nasceu em Málaga por volta de 1020 e faleceu em Valencia antes de 1070 (não se sabe a data exata). No seu curto período de vida, este astrólogo, filosofo e poeta, emigrou de menino a Zaragoza onde se formo na cultura árabe e hebraica. Sua filosofia mística e cosmológica tem suas bases nas idéias astrológicas da antiga tradição hebraica, embora se insere na corrente dos árabes. Entre suas obras desatacam-se: “Azharot, reshuiot e gueulot” e em especial “Keter Malchut” (a Coroa Real) e o livro“Tikun Hamidot” ( A correção dos caracteres). Junto a sua poesia, Gabirol é um dos primeiros judeus Sefarad espanhóis em desenvolver o conhecimento típico da kabaláh e toda a astrologia cabalística ou esotérica. Seu trabalho poético mais destacado é “Coroa Real” (no hebraico Kéter Malchút). Ali afirma sua profunda convicção monoteísta, tão cara a judeus e mulçumanos: “És único, o principio de toda a enumeração, e a base de todo o edifício. És único e, pelo ministro da tua unidade, A razão dos sábios fica estupefata, Porque disso no conhecem nada... Em efeito, não se concebe em Ti Nem a multiplicação nem a modificação... És único. Tua sublimidade e sua transcendência Não podem diminuir nem descender, Poderia existir o único que decaia?” Sua obra por excelência, escrita em árabe, é “A fonte da vida” (em hebraico Mekor Chaim, )