Total de visualizações de página

domingo, 14 de agosto de 2011

D. Pedro de Alcântara e os Sefaraditas


Se desde 1808, judeus marroquinos, fugindo de humilhações e até de confisco de bens, já haviam começado a se estabelecer na Amazônia, o novo decreto veio incentivar a vinda de mais e mais imigrantes judeus de várias nacionalidades, principalmente ingleses e franceses.

Pouco a pouco os judeus foram ocupando o seu lugar na sociedade, sendo que em 1824 e com a independência do Império do Brasil, e a nova Constituição, que garantia total liberdade religiosa, abriram-se as possibilidades aos imigrantes de se estabelecerem definitivamente na nova pátria.

No segundo Império, D. Pedro de Alcântara Imperador do Brasil, estudioso de línguas e grande admirador da cultura judaica, cultivava várias amizades entre os judeus. Poliglota, além do hebraico (que dizia ser sua língua preferida), falava francês, inglês, italiano, grego, árabe e conhecia o sânscrito e a língua tupi.

Seu primeiro professor de hebraico foi o judeu sueco Aker Blom, por volta de 1860.

Fazendo progressos extraordinários, costumava dizer que, dedicava-se ao estudo do hebraico para melhor conhecer a história, a literatura judaica e os livros dos Profetas.

Em 15 de novembro de 1873, foi agraciado com o “Grande Diploma de Honra” por seus trabalhos, por intermédio do Grão-rabino Benjamim Mossé, Oficial da Instituição Pública Francêsa de Avignon, que o considerava um filósofo e um sábio.

Visitou a Palestina, esteve em Jerusalém três vezes e, escrevendo a amigos, assim a descreveu:

- Jerusalém, Jerusalém, pela sua posição elevada, domina quase toda a Terra Santa e produz o efeito mais surpreendente, qualquer que seja o lado pelo qual se lhe aproxima.Anotando também em seu diário:-Vou ao Monte das Oliveiras, ver os judeus orando junto à Muralha do Templo.D. Pedro foi o precursor dos estudos hebraicos no Brasil e mesmo depois de abdicar, continuou suas pesquisas. Fez versões de Camões para o hebraico e traduziu parte do Velho Testamento para o latim, dentre elas o Cântico dos Cânticos, Isaías, Lamentações e Jó.

Em 1891 publicou um livro com versões de poesias judaicas. No Museu Imperial de Petrópolis, existe um excelente acervo de documentos, trabalhos manuscritos com versões do Hebraico para o grego, inglês, português e outras tantas línguas, e registros em seu diário, contando das grandes amizades que cultivava nos meios judaicos.

Conta-se que, em uma dessas sinagogas, na América do Norte, quando abriram a Torá, ele não só a leu com desenvoltura, como traduziu o texto do livro de Moisés, e com tanto desembaraço que surpreendeu a todos.

A morte de D. Pedro em 05 de dezembro de 1891 provocou um momento de tristeza para muitos judeus de todo o mundo, com os quais se correspondia e tinha como amigos.Dele falou o rabino Mossé:- D. Pedro foi uma das mais admiráveis figuras de nossa época moderna... Ele não somente amava nossa língua, mas nos amava, elogiava as virtudes do nosso povo e indignava-se com o antissemitismo.E assim a história de D. Pedro II é mesclada à história dos judeus no Brasil do século XIX e, como muitos deles, teve que morrer longe de sua terra natal.

Amsdju - Salomon Molcho

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

PADRE JOSÉ DE ANCHIETA – “ O Judeu “ AMSDJU


JESUÍTA, DE MÃE JUDIA. PORTANTO DE ETNIA JUDAICA

O APÓSTOLO DO BRASIL É JUDEU

Ainda, no Brasil, o nosso primeiro educador, o jesuíta JOSÉ DE ANCHIETA, proclamado o "Santo do Brasil", opõe-se energicamente à instalação de tribunais do Santo Ofício no país. (c.f. Henrique Veltman, in A História dos Judeus em São Paulo, Ed. Expressão Cultural, 1996, p.17).

José de Anchieta, também conhecido por Joseph d'Ancheta, era espanhol de São Cristóvão de Laguna, Tenerife, Ilhas das Canárias, onde nasceu em 1534, filho de pai basco e mãe judia ou marrana (cristã nova). Emigrou aos 14 anos para estudar em Coimbra, Portugal, quando ingressou na Companhia de Jesus, em 1551,sendo que dois depois, em 1553, embargou para o Brasil, numa expedição de missionários portugueses. Com Manoel da Nóbrega fundou a cidade de São Paulo de Piratininga, onde hoje é o Pátio do Colégio, tendo colaborado com a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Faleceu em 159, na cidade de Reritiba, hoje Anchieta, Espírito Santo, aos 63 anos de idade, tendo trabalhado no Brasil, como missionário, por cerca de 44 anos, evangelizando e batizando os brasilis, na própria língua deles, o tupi, que falava e escrevia corretamente..

Foi beatificado em 1980, mas, ainda, não canonizado, isto é não declarado santo, mas é assim considerado por inúmeros católicos.

Por parte de pai tinha parentesco com Inácio de Loiola e por parte da mãe com o Padre Helio Viotti, descendente de Judeus cristãos-novos.


(Resumo de reportagem publica no jornal o Estado de São Paulo, de 4 de agosto de 2007).


Indicações

46) Memorial Brasil Sefarad , de Yacov DaCosta.

47) Há Restauração para os Marranos e Cristãos-Novos Brasileiros, os separados da Casa de Israel? , de Marcelo Miranda Guimarães

48) História Secreta do Brasil, de Gustavo Barroso

49) A Dispersão, de José Mendes dos Remédios

50) Jews and Conversos;Studies in Society and the Inquisition, de Yosef Kaplan

51). La Saga des Noms des Familles Juives Tunisieennes, de Bernrdi Allalli

52) O Brasonário Português e a Cultura Hebraica , de Moisés EspíritoSanto
53) Dicionário fenício-português : 10 000 vocábulos das línguas edialectos falados pelos fenícios e cartagineses desde o século XXX A.C., englobando o fenício, o acadiano, o assírio e o hebraico bíblico, de Moisés Espírito Santo

54) A Inquisição e os Judeus, de Joseph Eskenazi Pernidji


AMSDJU


terça-feira, 2 de agosto de 2011